Coração das Trevas - Parte I

maio 11, 2020


Provavelmente você já desejou uma volta ao mundo, sair de mochilão por aí e explorar novas culturas, desbravar regiões e tirar as paisagens da tela de um dispositivo para respirar o ar fresco que nela se encontra... E é com esse desejo que nosso personagem embarca nessa história. 

"Quanta grandeza flutuara desde a maré daquele rio para o mistério de uma terra desconhecida!... Os sonhos dos homens, a semente de nações, os germes de impérios."

Estamos numa balsa na Inglaterra (séc. XIX), introduzindo para alguns companheiros a nossa jornada ao centro de uma região, guardada por um rio que serpenteia aquele local. 
Charlie Marlow com uma narrativa simples e fragmentada nos situa nas lembranças de sua viagem aquele local, descrevendo pessoas e lugares. 

Nesse ponto, me sinto no dever de deixar as seguintes observações:
  • Por ser uma leitura conjunta, estou seguindo o cronograma. Então posso opinar sobre algo que mais tarde, quem sabe, me deparando com argumentos melhores, posso mudar de opinião.
  • Não farei uma resenha dos contos, afinal gostaria que todos pudessem sentir interesse e ler posteriormente. 
  • Levantarei algumas questões que acho interesse pontuar, mas não irei me aprofundar para que não fique um conteúdo muito extenso. 

"Eram conquistadores, e para isso é preciso apenas força bruta, nada para se orgulhar uma vez que a sua força é um mero acidente que brota da fraqueza dos outros. Eles agarravam o que podiam só porque estavam ali. Era apenas roubo com violência, agravado por assassinato em massa, e homens partindo em direção a isso às cegas, como é bem apropriado aos que enfrentam as trevas"


Procurando deixar o discurso imparcial, convido cada um a refletir sobre a seguinte questão dentro do seu contexto psico-socio-emocional. Se utilizou de violência ou não. Certo ou errado. O modo como as coisas foram feitas... Não vamos condenar o coleguinha, OK?! A reflexão seguinte é voltada para a construção individual de cada um de nós no papel social que exercermos.
Nosso projeto de civilização tem funcionado? O que estamos fazendo com a oportunidade que recebemos a cada dia de sermos melhores?
Não quero entregar de bandeja minhas reflexões, até porque temos um encontro marcado com você para um bate papo [live quarta (13) às 20h]. Enquanto isso, vamos seguir.

"Eram chamados de criminosos, e a lei que ultrajavam, assim como as explosões, tinha caído sobre eles como um mistério insolúvel do mar. (...) Podia estar ligado ao desejo filantrópico de dar aos criminosos alguma coisa para fazer."

Pulando toda a burocracia, consultas e documentos, Marlow enfim chega ao local a trabalho. Numa perspectiva quase que cinematográfica somos expostos ao contraste social presente. O autor — Joseph Conrad —, em todo o texto pinta os personagens, das "formas negras" ao "homem branco", deixando um tom crítico, quase psicológico.
Nesse ponto, o autor joga com as palavras expondo esse contraste desde as ações de cada um à descrição da ambientação espacial.
Fora isso, se o autor não te apresentar um biotipo, como colore teus personagens?
Na citação seguinte, ele contribui para reflexão do leitor mais atento sobre nossas motivações e esteriótipos no contexto cultural.

E ficamos na espera das próximas páginas sabendo apenas que...

"Arrancar tesouros do ventre da Terra era o desejo deles, sem nenhum outro propósito moral em si do que haveria em ladrões invadindo um cofre"


Postado por Maria Clara Fernandes

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