Ciclo de Leitura abre Primavera Cultural na Casa de Cultura em Buerarerema
outubro 31, 2013
Ciclo
de Leitura abre Primavera Cultural
na
Casa de Cultura em Buerarerema
A fim de marcar o dia Nacional
da Cultura (5/11), a Casa de Cultura Jonas&Pilar (Buerarema) apresentará a leitura
dramática da comédia As Feministas de
Muzenza, das dramaturgas Cleise Mendes e Haydil Linhares (falecida em 2010),
um dos maiores sucessos do teatro da Bahia. A apresentação será às 20 horas e
marcará a abertura do I Ciclo de Leitura
Dramática de Buerarema. A leitura terá no elenco os integrantes do grupo A Tribo, com direção de Gideon Rosa. Em
dezembro, será apresentado o segundo texto do Ciclo, O Santo e a Porca, de Ariano Suassuna. Este será o primeiro evento
da Primavera Cultural da Casa de
Cultura Jonas&Pilar, cuja programação se estenderá até 20 de dezembro.
A PEÇA
A história do texto se passa na cidade de Muzenza (qualquer coincidência
com Buerarema, será, realmente, mera coincidência porque o texto foi escrito em
1985 e será lido como foi originalmente escrito), onde um grupo de mulheres se
une para fazer um movimento feminista e se confronta com outro grupo que não
deseja um embate com os homens. As anti-feministas supoem que as feministas
querem viver sem homem e resistem bravamente. Enquanto isso, outro grupo de
mulheres alienadas só se preocupa com o crescimento turístico da cidade e, para
isso, querem reinventar os valores da cultura tradicional a fim de atrair
turistas. Toda essa confusão tem no centro a Igreja com a presença do padre
Alípio e seu sacristão Francelino, que não é afeito a movimentações feministas,
muito menos no salão paroquial. Uma comédia política e inteligente.
CLEISE MENDES
Cleise Mendes escreveu As
Feministas de Muzenza em 1985, mas estreou como dramaturga em 1975, com o
musical Marylin Miranda, dirigido
por José Possi Neto. Sua produção, a partir daí, situa-se na fronteira entre a
literatura e o teatro, em um trabalho ininterrupto de criação e adaptação de
textos para teatro, com dezenas de peças já encenadas. Parte dessa dramaturgia
encontra-se publicada, como: Lábaro
Estrelado, Bocas do Inferno, O Bom Cabrito Berra, Castro Alves, Marmelada: Uma Comédia Caseira, Noivas (SECULT, 2003). Recebeu o Troféu Martim Gonçalves de Melhor
Texto por A Terceira Margem (1981),
o Troféu Bahia Aplaude de Melhor Autor pela peça Castro Alves (1994) e o Prêmio Braskem de Teatro, de Melhor Autor,
por Joana d’Arc (2010). Publicou contos e poemas esparsos em jornais e
coletâneas de jovens autores (Novíssimos
contistas da Bahia, 1974), até o primeiro livro “solo” de poemas: Ágora – Praça do tempo (Salvador:
FCEBA, 1979), e, mais recentemente, O
Cruel Aprendiz (Salvador: EPP, 2009). Foi premiada como contista pela
Revista Ficção (Rio de Janeiro, 1976) e publicou contos reunidos em A Terceira Manhã (Rio de Janeiro:
Imago, 2003). Em 2011 publicou seu primeiro livro para crianças: Gabriel e o Anjo da Bagunça (Salvador:
Edições Caramurê). Como teórica e ensaísta, publicou A gargalhada de Ulisses: a catarse na comédia (São Paulo:
Perspectiva, 2008 – Indicado ao Prêmio Jabuti na categoria Teoria e crítica
literária), As Estratégias do Drama
(Salvador: EDUFBA, 1995) e Senhora Dona Bahia – Poesia Satírica de Gregório de
Matos (Salvador: EDUFBA, 1996), além de inúmeros artigos em periódicos sobre
teatro e literatura. Em 2008, criou o grupo de pesquisa Dramatis – Dramaturgia:
mídias, teoria, crítica e criação, formado por pesquisadores de várias áreas,
cuja produção organizou no livro Dramaturgia, ainda: reconfigurações e rasuras
(Salvador: EDUFBA, 2011). É doutora em Letras, professora da Escola de Teatro
da UFBA, pesquisadora do CNPQ e membro da Academia de Letras da Bahia.
“A leitura dramática é um gênero, é uma forma de
publicação de textos, um meio de difusão de textos literários importantíssimo. No
caso do teatro, este recurso é muito barato, pois prescinde de cenários e figurinos
etc, ele permite que o grande publico conheça novos autores, e mesmo autores já
consagrados, e, enfim, conhecer textos que em outras circunstâncias jamais
poderiam ser encenados”, explica o coordenador do ciclo, Gideon Rosa.
HAYDIL LINHARES
Haydil Linhares, atriz formada pela Escola de Teatro da
Universidade da Bahia (hoje UFBA) em Interpretação e Direção (1979). Atravessou
quatro décadas, interpretando, com alegria, personagens expressivos, em sua
maioria marcados pela comicidade e com um forte vínculo com a cultura popular.
No teatro,
trabalhou com grandes diretores, entre eles Deolindo Checcucci ("O Futuro
está nos ovos"), Martim Gonçalves ("Véspera de reis"), Edwald
Hackler ("A Mulher sem Pecado") e João Augusto. Esse último foi quem
dirigiu a sua estreia nos palcos, com o espetáculo "Stopen Stopen"
(1962), que foi montado pela Companhia Teatro dos Novos, grupo que fundou o
Teatro Vila Velha, em 1964.
Em 2003, O Bando de Teatro Olodum reencenou o espetáculo
"Cordel 2", de João Augusto, com o nome de "Oxente, Cordel de
Novo?", com direção de Márcio Meirelles. Um espetáculo que contou com um
texto de Haydil, "A Função do casamento", no qual a própria
dramaturga atuou como atriz.
Em
homenagem aos seus 40 anos de carreira, em 2008, foi montado seu texto, "O
Pique dos Índios ou a Espingarda de Caramuru", pela A Outra Companhia de
Teatro, onde também participou como atriz. Foi o último espetáculo em que
Haydil Linhares atuou.
No
cinema, Haydil também teve experiências importantes: sob a direção de Bruno
Barreto, em 1976, interpretou Norminha (a segunda protagonista, melhor amiga de
Dona Flor), em "Dona Flor e Seus Dois Maridos". Participou ainda de
"Meteorango Kid, Herói Intergaláctico" (1969), "Mr.
Abrakadabra!" (1996), "Náufrago" (2010), "Jardim das Folhas
Sagradas" (2010), além de outros.
Na TV, atuou nas
novelas "Renascer" (1993), de Benedito Rui Barbosa, e "Porto dos
Milagres" (2001), Aguinaldo Silva e Ricardo Linhares, ambas da Rede Globo
de Televisão.
Como dramaturga, escreveu, as
peças "A Função do Casamento" (1972),"Ida e Volta" (1973),
"O Pique dos Índios ou a Espingarda de Caramuru" (1974) e "As
Feministas de Muzenza" (1985), comédia escrita em parceria com Cleise
Mendes.Ela morreu aos 75 anos, no dia 03 de outubro de 2010.
FICHA TÉCNICA
Texto: As Feministas de Muzenza
Autor: Cleise Mendes e Haydil Linhares
Direção: Gideon Rosa
Elenco: (Grupo A Tribo, coordenação
de Anderson Andhy) Cristiano Nunes, Cleide Jardim, George Mendes, Diego
Gonzaga, Laise Oliveira, Leomar Vieira, Gilda Lins (convidada), Valdeci Aranha(convidada) e Gideon Rosa (rubricas).
Onde: Auditório da Casa de Cultura Jonas&Pilar –
Buerarema - Centro
Ingresso: Entrada franca
Data/Horário: Terça-feira, 5, Dia Nacional da Cultura, às 20
horas
Informações adicionais:
Anderson Andhy (88053673) Gideon Rosa (88098770)
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