Apenas Respire e Divino Amor
janeiro 14, 2020
Just Breathe (Apenas Respire)
apresenta crianças falando dos benefícios de práticas de meditação e respiração.
O curta de quatro minutos foi o prelúdio para o chocante filme seguinte. A sessão do dia 14/01 abriu a programação anual do Cineclube da Casa de Cultura Jonas & Pilar.
Divino Amor envolve o fruidor em uma sequência de êxtases
e momentos cotidianos acompanhados de uma fotografia impecável. Pequenas
inovações tecnológicas são suficientes para dar uma estética futurista em um Brasil
fictício e tão próximo.
Do ponto de vista sociológico Divino Amor traz um debate
urgente e ainda pouco explorado no cinema nacional.
O neopentencostalismo nasceu na década de 70 com a dissidência
de líderes religiosos de religiões protestantes tradicionais. O seu crescimento
é um fenômeno social com grande adesão entre a população negra.
A religião tapa
vários buracos deixados pelo Estado à sua maneira. Professam que se doarem à Deus
Ele retribuirá com bênçãos financeiras. E funciona. Criam uma comunidade de
ajuda mútua, neutralizam comportamentos autodestrutivos através de restrições
morais.
A questão aqui não é discordar dos benefícios de se manter
uma mentalidade positiva mas se faz necessário defender as liberdades individuais. Disputar a interpretação do texto
sagrado como maneira de garantir a sobrevivência.
Jesus disse: “antes que Abraão fosse, Eu Sou”. As palavras "Eu Sou" usadas na
frase que começa no pretérito passado indicam uma mudança radical na dimensão
temporal, mas isso é assunto para outro agora.
Podemos lembrar de como a
lei do Cristo aprimora a lei Mosaica ao resumir os dez mandamentos em apenas
dois. Amar e amar. E amar certamente não é impor sua fé ao outro nem controlar
seu corpo. Como apontado na distopia de Divino Amor, a religião pode ser usada
para dominar biopoliticamente a população.
Muitos evangélicos despertam para as palavras do mestre Jesus: “Vós julgais de acordo com a carne; Eu a ninguém julgo” João 8:15.
Comentário escrito por Lucas Oliveira Rosário (lucasrosariox@gmail.com)
Comentário escrito por Lucas Oliveira Rosário (lucasrosariox@gmail.com)
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